Em uma das montanhas da Serra do Fogo...
- Knova, Knova... Nunca mais me procurou...
- Meu caro, preciso ficar só, um pouco ainda.
É Zand conversando com uma ruiva bela e altiva. Ele vestindo calções e camisa em tons de verde claro e sem vida. De cabelos lisos castanhos claros e barba por fazer. Ela, em um vestido púrpura com detalhes metálicos, aparentando não mais que trinta anos.
- Já fazem 10 anos! Vocês dragões são mesmo muito estranhos.
- Só fazem 10 anos. Incrível como vocês humanos mudam tanto em tão pouco tempo... Pelo que vejo, deixou a música de lado e agora és guerreiro.
- Ainda sou bardo! - Zand se deita na poltrona barroca que encontra nessa enorme caverna. - Só estou tentando me aperfeiçoar em outras áreas... Mas se ainda não são saudades, o que te fez me procurar? As pessoas são meio assustadas! Chegar lá daquele jeito...
- E quem é você para me censurar?! Zand, o guerreiro-bardo?! Agradeça aos deuses em que acredita o apreço que lhe tenho: já matei muitos por muito menos que essa ousadia!
- Ok, ok... Foi só um comentário. Desculpa, está bem?
- Não, não está.
- Você fica linda quando está com raiva, sabia?
- Seu aprendizado de guerreiro lhe privou do juízo por acaso?
- Ok, minha bela...
- E então?
- Está bem. - Zand se põe de pé e começa a fazer som percussivo com as mãos.
"Os deuses são forte
O povo os adora
Por deuses festeja
Luta, ri e chora
Os deuses são fortes
Mas têm a temer
Pois há quem detenha
Um maior poder: São Dragões!
Sim! Dragões!
Há brancos, de prata
De aço e latão
Há verdes, dourados
Com a morte na mão
Há negros, de bronze
Bravos em combate
Mas nenhum se iguala
Ao rubro escarlate"
- Está bom?
- Está aquém dos que você fazia em outros
tempos, mas vou aceitar suas desculpas desta vez...
- Nossa... Bem, então obrigado! Sabe, esse tempo todo sem me procurar... Tanta coisa aconteceu e eu com uma saudade de você...
- Que bom pra você. Mas vamos ao que interessa. Aos negócios.
- Tudo bem, vamos então. O que deseja de mim?
- Há três dias me roubaram algumas coisas. E antes que me venha com piadinhas, para que não precise puní-lo por isso, eram um grupo de ladrões furtivos e aliados a magos.
- Deixa ver... E você quer que eu descubra quem foi?
- Sim, e traga de volta a mim meus bens. E essa escória para que possa puní-la.
- Ok, interessante. Mas como vou encontrá-los?
- Pelas obras que roubaram! Eu fiz a relação. Está na primeira gaveta daquela estante. Como você sabe, meus pertences não são vulgares. São únicos! É por eles que você vai rastrear quem os roubou.
- Ok, entendido. Só não entendi uma coisa... Com todo o respeito, você não poderia pesquisar isso na forma humana? Você é linda nessa forma também!
Ela pára um pouco e respira fundo, de costas para Zand.
- Você é bem mais eficaz que eu ao lidar com outros humanos, e para conseguir informações no submundo.
- Ah, obrigado! Primeira vez que ouço um elogio seu?! Estou comovido...
- Elogio?! E quem disse que eu considero aprazível saber lidar com humanos?
- Hmmm... Bem... Não entendo então. Minha cara poderosa Knova procura um "humano" para...
- O que não entende? Vamos embora logo que eu tenho o que fazer.
- Tudo bem então, mas pode fazer um favor?
Ela se volta, claramente sem paciência
- Me deixa um pouco longe da cidade, ok?
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