Escarlate #06 - Cristal Celeste
- Uma loja de armas... - Nazavo fala, no meio do caminho, antes de entrar na Loja de Armas do Jácis.
Os sinos da porta batem denunciando a entrada de alguém. Ele se dirige ao balcão.
- Quero uma morningstar. Da melhor qualidade.
- Pois não, temos ótimos modelos aqui. - o vendedor careca se afasta e logo volta com três sublimes modelos.
Após a porta, não há a loja, apenas um corredor. Um dos seguranças prontamente intercepta Nazavo.
- Por favor, deixe as armas aqui. - Aponta para um balcão onde se encontra um homem e onde parece haver prateleiras vazias.
- Por que faria isso?
- Não pode entrar com armas.
- Esse não é jeito de Nazavo negociar.
- Não há outro jeito.
- Nazavo quer falar com dono da loja!
- Não, senhor.
- Por quê?! - E começa a gritar - Só porque Nazavo foi roubado e não traz mais as jóias bonitas que tinha? Só por isso Nazavo não pode entrar em loja protegida?
O guarda o encara, enquanto mais guardas se aproximam pelo corredor. Todos vestindo armadura de anéis sob um manto azul celeste e portando espadas.
- Na terra de Nazavo as pessoas não são tratadas assim! Povo daqui não sabe negociar! Não confia em Nazavo.
- Senhor...
- Então Nazavo também não confia no povo da loja!
Já cinco seguranças estão no corredor sem saber exatamente o que fazer, quando um sexto segurança vem do interior da loja e diz:
- O senhor Drell disse para deixá-lo entrar.
Nazavo entra, mais três seguranças vão o acompanhando, atentos a qualquer movimento suspeito.
A loja não é exatamente uma loja, mas uma sala de estar bastante nobre, com móveis bem construídos. Dois conjuntos de sofás no centro e algumas estantes com vitrines exibindo preciosidades. Em um móvel de centro, uma jarra de bebida com cálices e em um dos sofás estão o senhor e a senhora Drell. Parece não haver clientes no momento, mas não há apenas eles na sala, embora poucos pudessem notar, não é tão difícil para Zand perceber que há pelo menos dois outros seguranças portando armas de distância, em guarda escondidos pelas paredes. Realmente, o sistema de segurança é o forte do estabelecimento.
- Bom dia, senhor. Em que podemos ser úteis?
- O que foi aquilo? Quase não deixam Nazavo entrar!
- Perdoe os homens, senhor. É preciso agir assim por questões de segurança.
- Segurança...
- Pois bem, em que posso ajudar?
- Roubaram Nazavo. - O homem da loja muda a expressão para uma mistura de preocupação e expectativa. - Roubaram anéis de Nazavo e Nazavo quer anéis de novo. Anéis bons como os anéis antigos.
- Temos muitos anéis bons aqui. O senhor há de se agradar de alguns. - o senhor Drell fala, um pouco sossegado.
- E não quero bijoteria.
- Pode estar certo de que nossas jóias são autênticas.
O senhor Drell, com um sorriso em seu rosto de meia idade, se dirige a um dos armários e volta logo em seguida com um suporte de madeira mostrando vinte anéis, espaçados da maneira como estavam na vitrine.
- Aqui tenho belos modelos. Que tal uma olhada...
- Hmmm... Nazavo não gostou.
- Ah, são belos! Veja este de ônix e esmeralda. É uma jóia autêntica.
- Não sei... Jóias de Nazavo eram mais bonitas.
- Bem, e que tipo de jóia você procura?
- Jóias nobres como as de Nazavo.
- Descreva uma das suas para que eu possa saber exatamente como te ajudar.
- Nazavo tinha um anel de osso de grifo dragonado com uma pérola presa...
O senhor Drell põe a mão no queixo, pensativo.
- Outro de Nazavo era um anel de três linhas, duas de ouro e uma de prata, com o desenho de um sol em topázio, ametista e rubi.
- Já sei o que procura - o senhor Drell responde, sério, pouco antes de se levantar levando de volta os anéis da vitrine.
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