Zand passa entre as barracas na feira sob a máscara de Nazavo. Lá compra o que precisa e mais um pouco para desviar qualquer suspeita. De qualquer forma, a tatuagem dele não é feita de tinta diretamente. Ele compra a matéria prima para chegar a essa tinta.
Chegou a ver Rubi passar algumas vezes, mas fez todo o esforço para se esconder sem parecer que estava se escondendo. E esse encontro à noite? Agora percebe que vai perder uma boa oportunidade de visitar os bares em busca de pistas. Tudo bem, irá tratar desses assuntos de madrugada.
Logo, vê-se diante da porta da mesma loja onde foi pela manhã. “Se a Rubi estiver envolvida no assalto à Knova, ela deve ter vendido algo logo que saí...”
Desta vez os guardas o deixam entrar sem mais exigências. Logo, lá está ele naquela sala-loja, onde o senhor e a senhora Drell discutem um assunto que lhes parece interessante.
- Não acho que sejam quimeras.
- Talvez sejam! Dizem que tinha cabeça de cobra e de rinoceronte.
- Mas quimeras não são de leão, bode e dragão?
- Ora, mulher, quimeras são criadas por magos. Eles devem poder escolher que bichos misturar.
- Boa tarde! - A senhora Drell nota a presença do cliente.
- Senhor Nazavo! Bem-vindo de volta!
- Nazavo quer saber se tem novidades.
- Ora, mas você esteve aqui pela manhã!
- Na terra de Nazavo as lojas sempre recebem coisas novas.
- Ah, sinto muito, senhor Nazavo. Não temos nada de novo...
- Tudo bem...
- Não quer levar nenhum daqueles outros?
- Não, obrigado.
- Não há de quê, senhor Nazavo! Apareça sempre que desejar!
Zand vai embora enquanto o casal continua sua discussão sobre quimeras.
Como seria bom se Diwed estivesse vazia... Seria fácil dar uma esticada até a Hospedaria Dragão do Mar sem chamar atenção nem levantar suspeitas.
“De qualquer forma, se os ladrões vieram para cá, certamente em algum momento procurarão a loja dos Drell. E a menos que sejam bastante prudentes, logo haverá algum bardo da cidade narrando como um grupo invadiu o covil de um dragão vermelho e voltou vivo. Um feito mesmo fabuloso. E quem tenta algo assim não pode ser considerado prudente o bastante.”
Zand continua a esmo pelas ruas, como quem não sabe como voltar para casa mas tem muito orgulho pra pedir informações a alguém, como se não conhecesse essas ruas como a palma da própria mão.
Sempre que passa perto de algum grupo de aventureiros, disfarça para ouvir do que falam. Entre planos de missões, masmorras, buscas por tesouros, planos de morte e silêncio, Zand não obtem qualquer informação que lhe seja útil.
A cidade pouco mudou nesses anos. Uma ou outra loja diferente, no mais está igual. É verdade, há algumas casas no lado leste que antes não havia.
Enfim, anoitece e Zand retorna ao hotel.
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