Escarlate #16 - Assalto
Nazavo caminha de volta do Dragão do Mar com a clara sensação de que algo está muito errado. Como alguém experiente comete tantos erros. E este agora! Se deixar vagar sem rumo pelas ruas da cidade e ir parar na Dragão do Mar! Isso pode por em risco toda sua investigação. A essa altura, isso não é tão importante quanto o outro problema que ele levara ao velho Wrivee.
“Será que Altapion já passou por conflitos desses? Acredito que não.”
Nada de novo na cidade. Tudo parece igual.
“Chega, tenho que enfrentar meus problemas eu próprio.”
Entra em seu quarto na Raposa da Lua, fecha a porta e se senta pensativo. Se deita e se levanta inquieto. Ainda não é horário de almoço, então sai e se dirige à recepção decidido.
Afinal, não há alternativa. Seja para aproveitar esses dias e se envolver ainda mais, seja para continuar suas investigações, tem que se aproximar mais e mais de Rubi.
Já enfrentou uma vez um corredor apertado com setas inclinadas para um lado. A única forma de passar era se esfregando e escorregando pelas setas, ou seja, era um caminho sem volta. Se quisesse voltar, agora as setas estariam contra ele. Seu medo hoje é pensar estar investigando e no fim estar num caminho sem retorno. Mas vai mesmo assim.
- Bom dia, em que posso ajudá-lo?
- Nazavo quer saber de Rubi.
- Pois não...
- Qual o quarto de Rubi?
- Sinto muito, senhor Nazavo. A senhorita Rubi efetuou saída da Raposa da Lua hoje de manhã cedo.
- Já foi?
- Sim, senhor Nazavo.
“Nem avisou nada... Certamente descobriu alguma coisa. E eu estraguei toda a investigação. ...Se ela foi logo cedo, não consigo mais alcançá-la. Ela é boa, hein? Quando será que descobriu? Será que essa noite foi planejada pra ganhar tempo pra fuga?”
Zand como Nazavo se dirige ao bar do hotel e senta-se a uma mesa. Em pouco tempo, o barman lhe entrega um papel dobrado.
“Rubi hoje foi roubada também, Nazavo. Na rua. Tenho que voltar para casa. Essa cidade está violenta. Foi um prazer te conhecer. Espero que não se chateie. Beijos, Rubi.”
“Ela pensou em tudo... Duvido muito que tenha sido roubada, mas se ela diz a verdade eu sei onde encontrá-la. Se mente, pelo talento que tem, não será fácil rastreá-la até a próxima cidade aonde foi e estarei sempre a muitos passos atrás dela, a distância sempre aumentando. Não tenho escolha: depois do almoço vou a Cehdiw.”
Submeter um novo comentário