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Jasmim #27 - Sobreviventes

Jasmim #27

Vozes mais à frente nesta mesma estrada. Kao-Wi, Aeze-Yo e Jasmim seguem pela rua em direção a essas vozes. Não apenas por conta das vozes, mas por ser este o caminho que eles já vinham seguindo.

As vozes parecem discutir. Homens e mulheres, aparentemente poucos. Um grito. As pernas de Jasmim e dos dois irmãos chineses saltam e saltam. Os três correm para descobrir o que houve.

Chegando na esquina, eles podem ver mais ou menos o que aconteceu. Jasmim vê com precisão a cena em tons azuis, graças ao novo poder da morningstar.

Duas mulheres e um homem estão no meio da rua. Uma das duas está de pé e trêmula observa, com os dois que estão sentados, a aproximação de zumbis.

Disparos. É Kao-Wi que, agachado com as pernas montando uma base firme para o corpo, atira nos zumbis com dois revólveres de cano longo.

Jasmim vê alguns dos zumbis e libera a maça voadora. A arma deixa sua mão e parte contra os zumbis, enquanto sua dona permanece junto dos irmãos chineses.

Zumbis são golpeados pela arma de Jasmim. "Então da última vez que utilizei, esta maça provavelmente não funcionou porque eu não via quem estava me atacando."

- Por favor! Ajude nosso pai!

- Não se preocupe! Vocês estão seguros agora! - Aeze-Yo, o mais novo dos dois irmãos chineses, se aproxima daquele grupo que acabou de ser salvo dos zumbis.

Numa troca rápida de olhares, Kao-Wi e Jasmim parecem compartilhar da mesma preocupação com o tempo e com o foco da tal missão.

- Yo, não estamos aqui à toa, esqueceu?

- Claro, Wi. Mas não podemos deixar...

- Vamos fazer assim. Vocês moram ali, não é? Voltem pra casa e se tranquem. Estamos em missão e na volta nós levamos vocês, tudo bem?

- Por Alá, voltem! Não deixem a gente aqui! Não tenho muito a oferecer, mas eu te dou as minhas duas filhas, que são tudo o que tenho.

- Como é que é?!

- Calma, Jasmim. - Kao-Wi então se vira para o homem. - Senhor, fique sossegado que voltaremos sim. Não para receber esse pagamento, mas voltaremos. Vão para dentro agora.

- É sim! Pode apostar! - Aeze-Yo complementa. - Suas filhas são muito bonitas, mas não é assim que nós agimos. Nós vamos voltar porque vocês precisam, porque é a coisa certa a fazer. A gente volta sim.


Por outras ruas, caminham Jasmim e os irmão chineses, passado algum tempo.

- Por isso que gosto desse trabalho! A gente ajuda os outros. - Aeze-Yo caminha alegre e distraído. Seu irmão e Jasmim, pelo contrário, seguem juntos mas atentos a qualquer movimento ao redor. - Ei, Wi! A gente encontra eles mesmo na volta, né?

- Você gravou o caminho? Estou contando com você pra isso.

- Claro, mas... São tantas ruas... E o que deu naquele homem, hein? Querer pagar com as filhas?! Se bem que nem tem muito com o que pagar, né? Se a gente quisesse podia pegar essas coisas desse monte de gente que morreru sem problemas, né? Só tinha mesmo as filhas pra oferecer. Sabe que elas são até gostosinhas? Devem ser da minha idade e... Arghh!

Ele se abaixa com as mãos na barriga. Foi um soco de Jasmim, que continua andando séria enquanto Kao-Wi se aproxima do irmão para ajudá-lo.

- Vai ficar quieto e se concentrar na missão agora?

- Você nem me defende, né Wi?

- Não acho legal a gente ficar aqui um espancando o outro, mas você não tem juízo, fazer o quê... Bem feito. Deixa de falar bersteira e vamos ficar todos atentos pra não sermos pegos de surpresa.

- Tá... Ai... Olha, Jasmim... Desculpa se te ofendi. Você é linda, sabia? Devia ser modelo!

Os três seguem. Jasmim, indiferente.

- É sério! Devia sim! Alguém já disse isso? Porque você bem que...

- Pra quê? - fala Jasmim finalmente. - Pra um ou outro babaca ficar se gabando: "Olha, ela só é modelo porque eu sugeri. Eu tenho bom gosto com mulheres!"

- Não é assim... É que você é mesmo bonita.

- Não sou fútil. Vá ser modelo você, já que quer tanto.

- Ah, obrigado. Sabe que até já pensei nisso? Conheci o dono...

Jasmim olha pra cima num suspiro de quem diz "desisto". Kao-Wi apenas acompanha, com um sorriso leve e estranho no rosto. Aos poucos o sorriso vai se desmanchando. Precisamente à medida em que vão se tornando mais nítidos os gemidos e passos que não devem estar longe.

Enfim, num terreno com muro baixo, finalmente lê o nome de uma escola. Exatamente a escola que procuravam.


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