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Jasmim #36 - Cama

Jasmim #36

- E Azawagh?

- Ele não vem. Vamos embora.

Sem mais perguntas, todos caminham na tentativa de deixar de vez esta cidade morta. A curiosidade do grupo é intimidada pela expressão séria e decidida de Jasmim.

Com esforço, eles percorrem o caminho de volta, deixando o vazio daquela cidade e levando lembranças.


Novamente Pasinler. Plena madrugada e mal tarda o amanhecer.

Jasmim segue como única batedora do grupo. Séria e firme, como se não doessem todas as marcas da batalha tão recente. Logo atrás, os três resgatados e os irmãos chineses a seguem apenas por inércia. Pois se pararem por qualquer razão, não conseguirão mais continuar seu caminho.

As únicas palavras são da comunicação freqüente entre Jasmim e Kao-Wi. Uma comunicação objetiva e restrita apenas às instruções de que ruas tomar para que cheguem ao seu destino. E de tanto caminharem, enfim se vêem diante de uma mansão de muro vermelho por cimento chapiscado.

- É esta mesmo. - Kao-Wi fala, logo antes de se sentar encostado no muro, enquanto o pai das duas garotas deposita no chão os jarros e quadros que trazia enrolados.

Jasmim toca a campainha insistentemente.

- É, irmão, parece que acabou. - Aeze-Yo comenta, sentando-se também.

- Só pretendo dizer isso quando estiver inteiro de novo e com o pagamento na mão... - Responde, quase sem força. Leyla, abaixada ao seu lado, acaricia seus cabelos concentrada.

Jasmim continua insistindo na campainha.

- Quem é a uma hora dessas?!

- A missão foi cumprida. - Jasmim responde. - Suas preciosidades trouxemos da escola até aqui.


Jasmim se deita, finalmente vencida pelo cansaço. Num quarto com duas camas. Um quarto até pequeno, mas ainda que não houvesse cama alguma já seria confortável o bastante no momento. Sem fazer mais nada, ela adormece ali mesmo, ainda com a armadura suja... É agradável dormir limpa e tratada, mas não há tempo para isso, já forçara seu organismo demais, então adormece.

No quarto ao lado, são os irmãos Ceix que dormem como Jasmim, como pedras. Também estão do mesmo jeito que quando chegaram, diferindo apenas que agora dormem. O sono dos heróis, que quase morreram há tão pouco tempo, mas sobreviveram não apenas para contarem a história como também para cumprirem a missão.

Um pouco mais tarde, quando já é plena manhã, são forçados, um a um, a despertar e tomar banho para que recebam um tratamento médico mínimo. Tratamento médico e alimentar. Comem qualquer coisa e se rendem mais uma vez ao sono. Somente os três resgatados da cidade morta é que estão bem, e aproveitam para falar dos heróis, tudo o que sabem e o que não sabem.

Enquanto os heróis dormem, sua fama corre entre algumas pessoas importantes da cidade, parentes e amigos do contratador. E este organiza uma festa de recepção à altura. Claro que o que foi trazido não tem valor econômico o suficiente para justificar tais gestos, porém se ver mais uma vez diante daquilo que tanto nos era importante no passado e que tínhamos como perdido para sempre realmente muda a forma de ver as coisas.

Os três dormem em dois quartos, sem saber que ao acordarem terão uma festa.


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