Jasmim #39 - Banho de Rio
Um anel de cobre enfeita delicada mão. Dez pequenos cristais circulam um cristal maior, como um relógio. Este anel Jasmim já tem há um tempo, mas só alguns dias atrás é que passou a se mostrar em seu dedo. E hoje metade dos cristais está numa cor azul turquesa e não mais transparente como eram e como a outra metade está. Gradualmente eles foram mudando de cor desde que Jasmim colocou o anel no dedo.
Na outra mão, ela usa o outro anel. Mesclada de prata e cobre, a porção de cobre tem mudado de cor, como se estivesse se tornando de prata.
Um efeito Jasmim já tem notado a essa altura o dia parece ficar mais longo, pouco a pouco. A voz das outras pessoas começa a soar mais e mais arrastada e é preciso falar mais arrastado também ou as pessoas não entendem. Não é difícil deduzir que um dos anéis altera a forma como o tempo passa para Jasmim.
O Sol arde lá em cima. Embaixo, um rio azul num cenário verde perto de Tarso, ainda na Turquia. Das águas é Jasmim que emerge mais uma vez. Olha ao redor sem que se saiba se o que procura o faz com os olhos ou com o pensamento. Então mergulha novamente.
Mergulha com a morningstar e vai ao fundo do rio em pouco tempo. Procura entre as pedras, algas e seres que se movem por ali. Procura mais um pouco, então retorna à superfície.
É o que tem feito desde que amanheceu, sem muito sucesso. Ao menos sua morningstar lhe permite se destacar mais rápido através da água, ao menos isso.
O que procura é fruto de mais um sonho. Passou um bom tempo sem tê-los e agora eles voltaram. Desta vez procura um par de brincos. Discretos, de cristal, devem estar nesta parte do rio. O problema é onde exatamente eles estão.
O sonho desta vez ao menos mostrou para quê eles servem. Eles ficam dourados por uns instantes e permitem ver fluxos de energia mística, magia. Jasmim também sabe que funcionam somente uma vez por dia, e que estão em algum lugar por aqui. Resta saber onde.
Mais uma vez mergulha e passa entre os peixes. No fundo do rio já viu de tudo que é bicho estranho, nessas águas que nem parecem tanto assim de rio. Mas nada de brincos até o momento.
Mais uma vez na superfície, olha em volta. Um casal está se banhando na margem, devem ter chegado há bem pouco tempo. De longe, um brilho e um insight. Jasmim se aproxima dos dois flutuando. Os dois espantados com a estranha aproximação e ela nota que estava certa. "Klaitu, maldito!"
- Eu quero esses brincos.
São exatamente aqueles do sonho. A adolescente os usa.
Os dois totalmente sem ação diante de uma loira toda molhada que saiu da água flutuando e usando uma armadura e uma arma estranha, pouco a pouco conseguem agir. E a ação se resume a tirar os brincos rápido e entregá-los a ela na esperança que o pesadelo termine logo e ela vá longo embora.
Felizmente para os dois, é exatamente o que acontece. Tão logo Jasmim tem em mãos aquilo que veio buscar e pelo que procurou no fundo do rio por praticamente toda a manhã, ela deixa as águas calmas e caminha em direção à cidade.
Volta ao hotel para almoçar e dormir. Ainda é cedo da tarde, mas o tempo já corre bem diferente para ela...
Comentários
Submeter um novo comentário