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as asas da águia

Duas Águias

A águia negra vê a águia branca vindo
Mergulha do alto num mergulho lindo
E quando ela cai, o grande esplendor
A águia negra voa bem mais que um condor

Com fervor a águia negra a alcança
Impedindo a queda, nasce uma esperança
A águia branca vive, embora cansada
Tão bela, tal cena parece encenada

A águia negra a toma, com todo o cuidado
Todo o mal que havia, bem antes herdado
No exato momento se desintegrava

A águia dona d'olhos tão sublimes pega
A águia negra voa, pra longe a carrega
Pois achou a vida que ela procurava

-- Cárlisson Galdino


Águia Branca

Cansaço é tudo o que sente
A águia interceptada
Enquanto ia simplesmente
Voar, voar e mais nada

Da água já se soltou
E suas asas tão molhadas
Mesmo cobertas de dor
Batem, mesmo tão cansadas

E que outro perigo encontre
Pois não parará por nada
Está vindo para a ponte

Pelas dores condenada
Vê outra águia no horizonte
E do céu é derrubada

-- Cárlisson Galdino


Derrota pelo Ódio (1.1)

O ódio do povo é pro mesmo povo
Por essa injustiça que cometeram
Juraram jamais fazê-la de novo
Com imenso ódio, a jura esqueceram

Quando a águia negra vem do horizonte
Avistam na águia impresso seu mal
As mesmas espadas, a mesma ponte
Querem enfrentar o forte animal

As armas, em um mergulho, estraçalha
E os peitorais, qual fossem de palha
Suas injustiças hão de pagar

Voando aos céus, ao mais alto e, assim
Quando a águia negra grita no fim
A alva águia vence as águas do mar

-- Cárlisson Galdino


A Última Águia

Lá se foi mais uma águia ao chão
Foi trazendo uma recordação
É a última águia a ser vista
Talvez já nenhuma outra exista

E a tristeza recai sobre a terra
Vem marcando o final de uma guerra
Vem trazendo dor e solidão
E lembrando o último falcão

E no fim da guerra a última morte
Toma o povo, dessa vez mais forte
Pois quebraram agora uma promessa

Sem ação, o povo, qual criança
É tomado por uma lembrança
Não há outra chance depois dessa

-- Cárlisson Galdino


Águia Livre

A águia voava, cantava
Suas asas chamavam atenção
Era sempre ela que brilhava
Fosse pleno inverno ou verão

Cem mil vezes admirada
Do chão pelos seres da terra
Sempre era por eles fitada
Pela multidão que aqui berra

Voando por sobre essas casas
Contemplando todas as cores cores
Debaixo de um Sol, sempre em brasas

E um dia, senhoras, senhores
Restaram apenas suas asas
Mas graças aos adoradores

-- Cárlisson Galdino


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