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Filosofia

Filosofia.

Arautos da Realidade

Muitos de nós durante a infância cultivamos sonhos. A pureza nos faz alimentar sonhos de um mundo justo, sonhos de profissões excêntricas. Sonhos para nós, para o mundo, para o planeta, diversos tipos de sonhos.

Alguns desses sonhos não têm muito sentido mesmo. Ser picado por um inseto radioativo e ganhar super-poderes por causa disso, por exemplo.

Outros sonhos, por parecerem tão nobres ou tão interessantes, nos perseguem até a idade adulta.

O problema desses "sonhos coerentes" é que a Vida sempre nos coloca em prova: "Você acredita mesmo nesse sonho? É capaz de sacrificar parte importante da sua vida e do seu futuro por ele?" É neste ponto que a maioria das pessoas desiste, ao ver que seu sonho exige grandes sacrifícios. Muitos ainda ligados aos seus sonhos. Ao desistirem, precisam matar uma parte de si mesmos.

Isso cria uma ilusão de que este era o único caminho possível, uma ilusão necessária para que se sinta feliz ("Se eu tivesse sido músico hoje estaria pobre, não estaria bem de vida como estou"). E o que acontece com tais pessoas quando se deparam com outros perseguindo os próprios sonhos?

O balde de água fria que eles jogam em quem sonha tem um pouco de cuidado e desejo de evitar que os sonhadores sofram com algo supostamente impossível. Por outro lado, se o sonhador vencer vai significar que o sonho era possível e foi morto em vão.

Quando te disserem insistentemente para botar o pé no chão, que seu sonho é fantasioso e não vale a pena, não dê ouvidos: a decisão é somente sua. Também não tenha raiva desses "arautos da realidade". Eles são crianças como você e eu. Mas são crianças que foram obrigadas a matar o bichinho de estimação de que mais gostavam...

-- Cárlisson Galdino


Arautos da Realidade

Muitos de nós durante a infância cultivamos sonhos. A pureza nos faz alimentar sonhos de um mundo justo, sonhos de profissões excêntricas. Sonhos para nós, para o mundo, para o planeta, diversos tipos de sonhos.

Alguns desses sonhos não têm muito sentido mesmo. Ser picado por um inseto radioativo e ganhar super-poderes por causa disso, por exemplo.

Outros sonhos, por parecerem tão nobres ou tão interessantes, nos perseguem até a idade adulta.

O problema desses "sonhos coerentes" é que a Vida sempre nos coloca em prova: "Você acredita mesmo nesse sonho? É capaz de sacrificar parte importante da sua vida e do seu futuro por ele?" É neste ponto que a maioria das pessoas desiste, ao ver que seu sonho exige grandes sacrifícios. Muitos ainda ligados aos seus sonhos. Ao desistirem, precisam matar uma parte de si mesmos.

Isso cria uma ilusão de que este era o único caminho possível, uma ilusão necessária para que se sinta feliz ("Se eu tivesse sido músico hoje estaria pobre, não estaria bem de vida como estou"). E o que acontece com tais pessoas quando se deparam com outros perseguindo os próprios sonhos?

O balde de água fria que eles jogam em quem sonha tem um pouco de cuidado e desejo de evitar que os sonhadores sofram com algo supostamente impossível. Por outro lado, se o sonhador vencer vai significar que o sonho era possível e foi morto em vão.

Quando te disserem insistentemente para botar o pé no chão, que seu sonho é fantasioso e não vale a pena, não dê ouvidos: a decisão é somente sua. Também não tenha raiva desses "arautos da realidade". Eles são crianças como você e eu. Mas são crianças que foram obrigadas a matar o bichinho de estimação de que mais gostavam...


Cretense Dissecada

Cretense Dissecada

Se você quer conhecer os bastidores da poesia Cretense, aqui está em PDF. Explicando passagens da poesia e também a estrutura de ritmo, métrica e rima. Tentei fazer o mais didático possível.

Quem vir, comente depois dizendo o que achou, tá?

[]s


As Bases de um Poeta Completo

Violeiro

Camões falava de Saber, Engenho e Arte em suas poesias. Considero, ao menos em minha interpretação, estas como as três características fundamentais para um poeta completo. Aqui, falo um pouco de cada uma delas na forma como vejo (não há garantia de que seja a forma como Camões pensava, embora ache até possível que de repente tenha sido).

Saber

Um poeta tem que ter o conhecimento do que vai falar. Para poesias filosóficas, conhecer filosofia; para narrar casos acontecidos, traçar bem o que houve. Enfim, tem que ter o tema. Um poeta de muito saber tem jogo de cintura e conhece vários temas. Se for um repentista, tem uma boa desenvoltura temática.

Engenho

Um poeta que não tem noção de ritmo e métrica não é um poeta completo. Essa é a parte que pode "obscurecer" o que o poeta quer dizer, mas é o caminho mais longo o que nos fortalece.

É difícil eu me afeiçoar com poesias modernas, que são poesias para serem declamadas teatralmente e não seguindo um ritmo.

Todas as regras são convenções e podem ser quebradas, mas quem planeja quebrar regras tem que saber o que está fazendo. Regras devem ser seguidas à risca enquanto não as entendemos. Só quando dominamos as regras é que podemos quebrá-las, se quisermos. Nesse ponto, teremos plena ciência de que estamos quebrando onde queremos um efeito diferente do convencional e, para quem também conhecer as regras, isso ficará muito claro.

Um exemplo mais claro dessa postura de conhecimento é a famosa licença poética, que dá liberdade ao poeta para burlar as regras do Português. Erros vindos do desconhecimento nunca foram nem serão licença poética, ela existe para mudanças conscientes nas regras do Português, mudanças que vêm para atender algum interesse do poeta.

Aplique-se o mesmo a métrica, rima, ritmo...

Arte

Esse é o fundamental de um poeta. Isso porque o Saber pode ser adquirido com leitura e o Engenho desenvolvido com o estudo e a prática. Se você tem Saber e Engenho, mas não Arte, produzirá poesias perfeitas estruturalmente, bem organizadas, mas sem vida, incapazes de despertar emoções no leitor.

Por outro lado, é até comum algumas pessoas que têm Arte, mas não Engenho ou Saber. Muitos desses nem tentam fazer poesias, limitando-se a escrever textos muito bem escritos e de agradabilíssima leitura.

Poetas Perfeitos

Um bom caminho para poetas perfeitos é dos violeiros, que desenvolvem a desenvoltura no Saber e aprimoram de maneira sublime o Engenho, quando atentos a ele (pois às vezes forçam métrica esticando sílabas cá e atropelando sílabas acolá). Se o cabra tiver Arte, não há quem segure.

Se quiser aprender mais sobre o Engenho, pesquise os estilos populares. São dos mais ricos e complexos que encontrei.

Para finalizar, uma estrofe de um galope à beira-mar, de Dimas Batista, que demonstra bem a superioridade do violeiro e repentista diante de muitos ditos poetas por aí...

"Eu acho engraçado um poeta de praça
Que passa dois meses fazendo um quarteto
Com um ano de luta, é que finda um soneto
Depois que termina, ainda sem graça
Com tinta e papel, o esboço ele traça
Contando nos dedos pra metrificar
Que noites de sono ele perde a pensar
A fim de mostrar tão minguado produto
Pois desses, eu faço, dois, três, num minuto
Cantando galope na beira do mar."

-- Cárlisson Galdino


Paradoxos da Viagem no Tempo

Carro de De Volta para o Futuro

Há duas formas de considerar viagem no tempo: uma possível e outra incerta. A possível significa fazer com que o tempo passe de maneira diferente para você em relação à sua terra. Esse tipo de viagem no tempo é feita por pilotos de avião, que ao fim de carreira somam uma diferença de seu próprio tempo para o da Terra de talvez alguns segundos. Esta é simples e o máximo que gera é o paradoxo dos gêmeos , que leva à condição de dois irmãos gêmeos, sendo um mais velho que o outro. O segundo tipo significa efetivamente deixar uma posição no tempo e saltar para outra, adiante ou atrás. Este sim é um assunto problemático.

Uma pergunta clássica para esse tipo de viagem no tempo é O que acontece se eu voltar no tempo e matar meu avô ? Claro, se eu matei meu avô antes de meu pai nascer, eu não nasci; se não nasci, como posso ter voltado no tempo e matado meu avô? Se você está escrevendo uma história de ficção, há formas de contornar o paradoxo, amarrando os acontecimentos e impedindo que modificações aconteçam, mas se você já ouviu falar da Teoria do Caos, sabe que isso na prática seria meio impossível... Você também pode ativar gatilhos, ou uma revolta natural levando a acontecerem absurdos mais inimagináveis naturalmente só para regular o tempo. Ou então, simplesmente, dizer que o paradoxo leva a um colapso no espaço-tempo e destrói tudo.

Mas acontece que essa não é a abordagem mais coerente pra viagem no tempo, pelo menos no meu modo de ver. Admitir a existência de universos paralelos resolve esses paradoxos.

Imagine a nossa linha do tempo. Agora imagine que em algum momento há uma bifurcação nessa linha do tempo. O Bush não é eleito e o que acontece? Muda tudo na história da humanidade! E a nossa história seria exatamente igual até o momento em que houve a mudança no acontecimento, a partir dali tudo anda de modo diferente, o tempo bifurca, gerando um Universo Paralelo.

Cada um que saltar no tempo, nessa abordagem, irá para um futuro onde ele próprio não existe. Se você viaja hoje 10 anos no futuro, imagine que nesse período de 10 anos você estava desaparecido. Agora, se você volta, você cria um universo paralelo onde você não estava desaparecido. Isso significa que nem tudo o que você soube do futuro vai ser diretamente útil, dependendo de uma série de fatores, sua simples existência muda a linha do tempo.

De maneira similar, se você volta no tempo e mata seu avô, não vai mais existir um você dessa linha do tempo, mas você está preso nela. Se você tentar voltar para o seu tempo original, tudo o que conseguirá é saltar para o futuro dessa época do seu avô, um presente sem sua família. Qualquer um que volte no tempo cria um universo paralelo.

Não sei se me fiz entender, mas é isso. Viajar para o passado é um caminho sem volta se considerarmos universos paralelos. E todos os paradoxos acabam.

-- Cárlisson Galdino


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